Saiba como você pode identificar o ciúme infantil em seu filho e como ajudá-lo a lidar com esse comportamento de forma saudável. Confira!
A manifestação do ciúme infantil, assim como de outros sentimentos das crianças, acontece de forma natural e pura. Muitas vezes, a forma de externá-lo é tão inocente que os familiares acabam repreendendo a ação e fazendo com que ele ganhe novos contornos.
O ciúme do pequeno pode ser entendido como uma forma de chamar a atenção dos familiares, um sentimento que surge da necessidade não atendida de ser percebido, valorizado e acolhido por meio do que ele acredita ser a medida certa.
Mesmo que seja um conceito distante para você, todos os sentimentos demonstrados pelas crianças devem ser encarados como uma oportunidade de diálogo, desenvolvimento socioemocional e fortalecimento do relacionamento.
Vamos entender como promover essa reflexão e fortalecer a autoconfiança das crianças? Listamos neste post dicas e ideias práticas que vão contribuir para essa jornada de carinho e aprendizado. Confira!
Descubra a causa do ciúme
O ciúme, na maioria das vezes, é uma forma de seu filho reclamar sua atenção, mostrar que algo, do ponto de vista dele, está precisando de tempo e de um olhar mais dedicado dos seus responsáveis.
Existe, porém, uma série de emoções que podem ser desencadeadas pelo ciúme se ele não for corretamente abordado, como medo, ansiedade, tristeza, humilhação, depressão e raiva. Por isso, é muito importante investigar.
Será que seu filho está vivendo um temor com a espera de um irmão que está para nascer ou achando que deve impedir a chegada de um novo parceiro ou parceira para seus familiares, para que tudo possa voltar a ser como era antes da eventual separação?
Uma das dicas essenciais para lidar com o ciúme infantil é saber por que ele está acontecendo. A partir dessa informação e, claro, considerando as necessidades da criança, é possível escolher uma abordagem para lidar com a situação.
Dedique um tempo exclusivo à criança
Lidar com os sentimentos não é uma tarefa fácil nem mesmo para alguns adultos, não é? As crianças podem até ter uma facilidade maior para descrevê-los, ainda que da maneira delas, mas saber como gerenciá-los é outra história.
Por isso, dedique um tempo exclusivo para estar com a criança que está demonstrando ser ciumenta. Além de essa atitude proporcionar uma boa dose da atenção que ela está precisando, também será um momento para que sua investigação e orientação aconteçam de forma íntima e proveitosa.
Entenda como corrigir o ciúme infantil
O ciúme infantil e outros sentimentos surgem e são demonstrados de maneira muito inocente, condizente com a faixa etária das crianças.
Para ajudá-las a entender esse sentimento e saber lidar com ele, é preciso escolher um caminho que esteja alinhado ao grau de maturidade da criança e também seja respeitoso para não intensificar o ciúme ou despertar outras emoções ainda mais frustrantes.
A lista das atitudes que não devem ser tomadas incluem:
menosprezar o sentimento da criança;
comparar a atitude dela com a de outras crianças;
achar a demonstração “fofa” e poupar a criança de uma correção mais eficiente;
deixar de impor limites.
Na lista de atitudes que podem ajudar a lidar com o ciúme infantil, temos:
incentivar o diálogo;
elogiar as atitudes positivas da criança;
dar carinho;
participar de suas atividades;
sempre observar seu comportamento.
Algumas demonstrações de ciúme infantil são teatrais e espalhafatosas. Outras são discretas, silenciosas e muito perigosas, tanto para a saúde mental quanto para a saúde física das crianças.
Perda de apetite, prisão de ventre prolongada, azia e até mesmo dores físicas não são incomuns e, se as crianças estão mais retraídas e tristes, podem não relatar esses problemas, permitindo que eles piorem com o tempo.
Seja um exemplo comportamental
Os familiares sempre serão um ponto de referência para as crianças. Por isso, devem apresentar um comportamento positivo diante das situações geradoras do ciúme.
Compartilhar cuidados com o bebê que acabou de chegar, não fazer comentários pejorativos sobre outros familiares e evitar que as crianças presenciem acessos de ciúme e brigas são alguns exemplos de como tornar-se uma boa referência para os pequenos.
Incentive a autoconfiança
Todo indivíduo tem suas particularidades que o tornam especial. Na verdade, até mesmo o momento da vida que ele vive é muito particular e digno de orgulho. Por isso, sempre valorize as conquistas e as evoluções das crianças para que elas conheçam suas potencialidades.
A criança que está ingressando em uma escola depois de passar seus primeiros anos em uma instituição menor, por exemplo, pode ter sua autonomia fortalecida a partir da demonstração de confiança de seus familiares.
Ao perceber que eles confiam em sua capacidade de se dar bem na adaptação, a criança também fica mais autoconfiante. Sendo assim, incentive a autoconfiança dando pequenas tarefas, estipulando metas para seus avanços e, claro, vibrando em cada uma de suas vitórias.
Elogie a criança
Elogiar as conquistas das crianças e vibrar com elas são reforços positivos do comportamento que elas estão demonstrando. Além disso, elas gostam de agradar seus familiares e o elogio é a confirmação de que conquistaram seu objetivo.
Elogios constantes também vão atuar diretamente nas emoções que podem ter fragilizado a criança naquele momento e feito com que ela sentisse ciúmes.
É o caso, por exemplo, do medo do abandono. Com tantas habilidades e conquistas em seu desenvolvimento que rendem elogios dos entes queridos, não há por que temer ser abandonada, não é mesmo? Na lógica da criança, é exatamente assim.
Estimule a verbalização do sentimento
Todas as atitudes acima ajudam a criar abordagens mais eficazes para o ciúme infantil, mas para chegar até ele, é preciso dialogar com a criança.
O incentivo ao diálogo, a demonstração de abertura para uma conversa sincera e até mesmo uma abordagem investigativa que leve à reflexão dos fatos e sentimentos, podem ajudar bastante a entender com o que a família está lidando.
Algumas crianças vão ter dificuldade para explicar seus sentimentos, bem como medo ou receio de compartilhá-los. Mas quando perceberem o acolhimento, ficarão mais propícias ao diálogo aberto.
Por consequência, além de tratar o ciúme infantil que se instalou naquele momento, os familiares também conseguirão demonstrar a eficácia do diálogo para a resolução de outros problemas. Sem dúvidas, é um aprendizado que vai contribuir para a vida inteira do indivíduo.
O ciúme infantil não tratado pode gerar uma reação em cadeia de conflitos e desentendimentos nos relacionamentos, assim como fragilidades emocionais na pessoa.
Brigas podem acirrar competições e dificultar a conexão entre irmãos, por exemplo. Também podem deixar as crianças inseguras, com a necessidade de autoafirmação ou excessivamente retraídas e tímidas.
O diálogo será sempre uma das principais ferramentas na formação e na educação dos seus filhos, não só para lidar com o ciúme infantil, mas também para entender outros sentimentos e situações do cotidiano, como a ocorrência de preconceito e as formas de combatê-lo.
Quer saber como fazer isso de maneira envolvente para as crianças? Leia a respeito de como falar com elas desde cedo sobre o que é preconceito.
Fonte: https://escoladainteligencia.com.br/blog/ciume-infantil/